Você está pensando em comprar um Opala? Leia esse guia antes

5 de maio de 2025

O Opala ocupa um lugar de destaque na memória afetiva de quem conhece a história automobilística brasileira. Lançado em 1968 no Brasil, ele combinou o design europeu e a mecânica robusta dos norte-americanos necessários para encarar as estradas nacionais.

Neste conteúdo, você conhecerá a história do Opala desde sua concepção até o ápice de sua produção, a presença no mercado brasileiro, os aspectos como estética, desempenho, tecnologia e muito mais.

A origem do Opala

O projeto do Opala começou em 1966 sob o codinome “Projeto 676”, anunciado pela General Motors do Brasil em 23 de novembro. Seu lançamento oficial ocorreu no Salão do Automóvel de 1968, apresentando-se como o primeiro carro de passeio totalmente nacional.

Há divergências sobre a origem do nome Opala, alguns afirmam que deriva de uma junção entre Opel e Impala, aludindo à carroceria europeia e à mecânica norte-americana. Outros, porém, reforçam que se trata de uma homenagem à pedra semipreciosa, valorizando a brasilidade do produto.

Inspirado no Rekord C alemão, o carro chegou ao mercado brasileiro com motor 2.5L de seis cilindros em linha e transmissão manual de quatro marchas. Graças a adaptações na suspensão, no câmbio e na calibragem do motor, o Opala rapidamente se mostrou à altura das expectativas. Além da versão sedã, foi lançado também o cupê Super Sport, uma variação esportiva que logo se tornou objeto de desejo.

O Opala no Brasil

Em seus 24 anos de produção, cerca de 1 milhão de Opalas foram vendidos por todo o Brasil, consolidando o modelo como ícone de status entre as décadas de 70 e 80. O Opala impulsionou a cadeia automotiva nacional e serviu ainda de base para derivados como a perua Caravan e a versão de luxo Diplomata.

Mesmo com o fim da produção em 1992, até hoje é comum encontrar Opalas restaurados circulando em cidades de norte a sul do país. Eles aparecem em filmes e novelas, e reúnem apaixonados em encontros mensais promovidos por clubes dedicados a veículos antigos e clássicos. Esses eventos são momentos de celebração, troca de conhecimentos sobre restauração, mecânica original e adaptações para combustíveis modernos.

O design e estilo do modelo original

Combinando traços do Opel Rekord C e do Commodore A na carroceria, o Opala ganhou identidade própria graças às linhas mais arredondadas do para-choque. Com grade retangular integrada aos para-choques e faróis redondos, diferentes dos quadrados presentes no Opel, o modelo conferia uma sensação de sofisticação quase esportiva.

As laterais, marcadas por vincos suaves, garantiam equilíbrio estético sem perder a robustez necessária. Na traseira, o conjunto de lanternas horizontais realçava a largura do carro e melhorava a visibilidade noturna. Já o interior, espaçoso e funcional, apresentava acabamentos em tecidos de qualidade para a época e detalhes cromados nos painéis, em versões mais equipadas surgia acabamento em imitação de madeira. Os bancos, apesar de não terem ajustes elétricos, valorizavam tanto o uso urbano quanto viagens de longa distância.

O desempenho do Opala

Inicialmente oferecido em versões 2.5 L de seis cilindros, o Opala contou também com motores 3.8 L. Três anos após seu lançamento, o modelo contou com a versão mais potente, a 4.1 S e SS, que alcançava até 166 cv a 4.600 rpm e torque de 30,7 mkgf a 2.800 rpm, permitindo aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 11 segundos e velocidade máxima superior a 180 km/h.

Essa motorização se tornou referência de força e entrega de torque em baixas rotações, característica essencial para carros que enfrentavam subidas acentuadas e necessitavam arrancadas seguras em ultrapassagens. A transmissão manual de quatro marchas deu lugar à opção de cinco marchas e, logo depois, surgiu o câmbio automático de três velocidades.

O Opala surpreendia pela estabilidade em altas velocidades, graças à suspensão calibrada para absorver irregularidades. Comparado a sedãs compactos, ele era menos ágil, mas compensava no conforto de rodagem e na sensação de segurança.

A tecnologia e eficiência do Opala

Para um carro que despontou no final dos anos 60, o Opala adotou inovações significativas. Em 1973, ganhou freios a disco nas rodas dianteiras, ampliando a segurança ativa. A direção hidráulica, disponível desde as primeiras versões, facilitava manobras em centros urbanos. No fim da década de 1980, algumas edições limitadas receberam injeção eletrônica, melhorando a resposta do acelerador e reduzindo emissões, mesmo que o grosso da produção tenha continuado com carburadores.

Em termos de eficiência, o Opala variava o consumo médio de 6 a 8 km/l na cidade e 9 a 12 km/l na estrada, conforme a motorização e o estilo de condução. Para que essas expectativas sejam claras desde o início, recomenda-se realizar uma consulta veicular que traga informações sobre histórico de consumo, relatórios de manutenção e eventuais adaptações mecânicas feitas no veículo.

O Opala versus os concorrentes

Durante os anos de fabricação, o Opala disputava espaço com modelos como:

  • Ford Maverick GT, que trazia motor V8 de 5.8 litros e mais de 200 cavalos de potência, mas sofria para manter a oferta de peças e apresentava consumo elevado;
  • Dodge Dart Sport, com 6 cilindros de média cilindrada, entregava potência semelhante à do Opala, porém com custo de manutenção também mais alto;
  • Volkswagen Passat TS, modelo importado da época, o Opala destacava-se em comparação devido o porte maior e a exclusividade de ser fabricado localmente, o que facilitava processos de compra e financiamento;
  • Corcel II, o Opala possuía maior torque e robustez, embora tivesse consumo ligeiramente superior, um trade-off aceito por quem buscava conforto e potência.

Nessa comparação, o Opala se destacou pela facilidade de encontrar peças, pelo equilíbrio entre desempenho e consumo e pelo espaço interno. Seu conjunto mecânico robusto, aliado ao design versátil que permitia usos familiares, executivos ou até mesmo empresariais, consolidou o modelo como referência de sedã médio-grande no Brasil.

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O Chevrolet Opala é muito mais que um automóvel, ele é um símbolo no Brasil, desde o design atemporal, desempenho competitivo até o legado cultural único. Ao optar por comprar um modelo assim, seja para uso diário, coleção ou restauração, é essencial avaliar as condições em que o veículo se encontra, tanto na carroceria quanto burocráticas. Pensando nisso, a LABEST oferece uma consulta veicular completa, que inclui verificação de restrições, passagem por leilões e muitas outras informações necessárias para você negociar com tranquilidade e segurança.

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